1. |
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Vidas que se cruzam
Caminhos que se abrem
Ferida que se fecham
Caminhos que se abrem
Vidas que se vão
Caminhos que se abrem
Velas que se acendem
Caminhos que se abrem
Palavra língua de fogo temperado com dendê
Chuta que é macumba, pra vê a tunda que tu vai ter
Segunda, segundo, a gira do mundo, encruza
Exu não é demônio, frase escrita na blusa
O mensageiro que chega primeiro em qualquer demanda
Quem traz o z de Zumbi, no candomblé, na umbanda
A força que encobre as quebradas é mais que cobre e cifrão
Peça ao dono do caminho um tantim de proteção
Recolha as folhas na encolha colha a sagrada esperança
Sopro na venta que atenta outro movimento na dança
Exu anda na ciranda circular de griot
Palavra benzimento no toque do tambor
Em volta da fogueira o ancestral cita Cassiano
Que arma mesmo é a lua e eu durante o ano
E os regidos pelos comandos invisíveis do coração, saberão
Que a vida é infinda, mas o ódio não!
Exú andarilho | Exú anda aí
Se a noite é de Exú | Noturno é teu Orí
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2. |
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CABÔ TRISTEZA feat. Ubiratan Marques
(Maycol Mundoca, Alê Dornelos e Alex Sant’Anna)
Pra te levar no arrasto da marujada
Pra esse banzo combater
Benzê, meu amor benzê
Leva folha, leva guia, leva alfaia
E sua saia pra sambar
Sambar, meu amor sambar
Saia de casa com seu cordão miçanga
Caso o santo descer
Descer, meu amor descer
Que nosso amor troveja
Estrondo, raio na mão
Amô chama xangô
Kabecilê Xangô meu pai 2x
Cabô tristeza xangô meu pai
Pra te levar na casa dos encantados
Na loca, mato, encarnado
Pra vê a relva crescer,
Crescer, meu amor, crescer
Leva babosa, e casca de aroeira, Rosário de benzedeira
Caso o santo descer
Descer, meu amor descer
Fechar meu corpo e preparar pro combate
caso eu morra, Caso eu mate
Nyame vai me proteger
Tanger meu amor Tanger
Que nosso amor troveja
É corisco e lampião,
É facho de lamparina
Chama, braseiro e tição
Kabecilê Xangô meu pai
Kabecilê Xangô meu pai
Cabô tristeza xangô meu pai
Oh Yayá, Vou fechar meu corpo Yayá
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3. |
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O festejo do respiro / O retorno sem demora
Fim de linha pro juízo / Quando a vida comemora
O riacho no meio do vale
E o ir e vir que navega
Meu encontro com o destino
Alegria da entrega
Eu vou, Eu vou de canoa
Minha mãe me ensinou a remar
E se a correnteza me vira
Eu vou, Eu também sei nadar
Debaixo da pupunheira
Meus olhos arregalei
Vi passar a derradeira
Folia rainha e rei
A corte dos encantados
Tristeza e ferro enverga
Tritura dor e concreto
Na alegria que congrega
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4. |
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Mergulhei no mar
me banhei na cachoeira
fui da lama à ribanceira pra poder me encontrar
falei com Marabô, Tranca Rua, Exu Caveira
Pomba gira, Feiticeira é quem me ensina a caminhar
a vida não espera você ficar pronta
a gente segue pra onde o peito aponta
onde mora a nossa paz
Levanta, anda sem nem pensar no tropeço
se é pra seguir chorando eu esqueço
O mesmo erro nunca mais
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5. |
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Oi relampeou
Foi de madrugada
Oi, deu tanto medo
Oi clareou tudo
Oi gritei por mãe
Oi É fim de mundo
E choveu de repente, viu
E as preces dessa gente
Finalmente tiveram vez
Foi tanta promessa pra pagar
Foi tanta festa
E a esperança se refez
Se refez
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6. |
Anti Carnaval
03:12
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O que disfarça esse ódio?
O que esse ódio disfarça?
Desfaça-se do ódio.
Desfaça-se do ódio.
Olhe no olho que olha pra você
E deixe que veja os seus sonhos.
Olhe no olho que olha pra você
E deixe que siga os seus sonhos.
São tempos de naufrágio do amor
Tempos sombrios de Anti-carnaval
Onde se revela a face dura do horror
e o ódio enfim se mostra real
Não pense que amor me faz mais fraco
Em hipótese alguma eu ofereço a outra face
Mas,
O que disfarça esse ódio?
O que esse ódio disfarça?
Desfaça-se do ódio.
Desfaça-se!
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7. |
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Com as cria, na guia, Seguia a pé
Pega visão do mundo girando!
Demência, frequência, se esquiva Zé
Tu capa o gato dessa cocó!
Sacuda, se saia, arrêia até
O corpo começar a escumar!
E toda vez que a Fé fáia
Corre, Zé, de volta pro espelho
Se olha até poder se encontrar
E pára pra ouvir o próprio conselho.
Vadeia, arrudeia, avia Zé
As turma tudo virando monstro
A lupa da rua num enxerga ocê, mas,
Até o presidente É micróbio!
Catarse, de praxe, Que fase, né?
Os janja quer tomar guaraná.
E toda vez que a Fé fáia
Corre, Zé, de volta pro espelho
Se olha até poder se encontrar
E pára pra ouvir o próprio conselho.
Pinota agora, de banda, é!
Que a chapa tá querendo voar
Se liga, o samboque da capa da unha...
Tu cuida pr’ela não capotar,
Zé...”
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8. |
Aprendendo a sambar
03:46
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Nunca fui bom de briga
aprendi cedo a nadar
mesmo sendo bom de nado
quase me afoguei no mar
Nunca fui de muita ginga
sempre gostei de batucar
Eu que já troquei as pernas
nunca aprendi a sambar
nunca aprendi a sambar
Fiz um nó e depois bordei
A rosa nos meus olhos sanguinolento
Lágrimas secas vertigens lamentos
“Meia lua” no céu acordei,
amarrei a corda na cintura
Dei “Martelo” no mei da loucura
Pra aprender a sambar iáiá
Pra aprender a sambar iáiá
Feito um pássaro que olha pra trás
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9. |
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Lançando meus pés no espaço
Vou costurando caminhos
Sigo procurando afago
Sigo procurando ninho
Até eu ver razão
Agora bordando abraços
Canto Reciclando versos
Sigo procurando laço
Sigo procurando afeto
Até perder a razão
Água do mar pra lavar
Água de céu pra levar para bem longe
O que for tristeza
Água do mar pra lavar
Água de céu pra levar para bem longe
O que for tristeza
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10. |
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Quanto mais marés e céus
menos eu vejo demônios
Quanto mais música e fé
Menos caminhos tristonhos
Uma terra
Muita história
Poucas tropas pra Lutar
Na longeva
mãe dos Homens
Pouco tempo sobrará
E pra lavar? Água do mar
Deixe que leve todo pesar
Quanto mais penso no céu
Menos a conexão
Quanto mais encruzilhadas
Menos perco a direção
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11. |
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Juriti, jacupemba, irerê, Jaçanã
Corucão, curicaca, corruíra, curió
E se a noite se achegar feito caburé
Nas garras do jacurutú todo seu piá
Acauã, carijó, cauré, carcará
Urutau, noitibó, curiango, bacurau
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12. |
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Ninguém liga pra números
tanto faz se cinco, sete ou nove mil, tanto faz
ninguém mais se comove, tanto faz
Tanto faz, tanto faz
Ninguém liga pra corpos, tanto faz
Passamos dos 500.000, tanto faz
E se não tiver nomes, tanto faz
Tanto faz, tanto faz,tanto faz, tanto faz
Ninguém liga pra números
Ninguém liga pra números, tanto faz
Acima dos 80, tanto faz
na faixa dos 70, tanto faz
E com excesso de peso, tanto faz
Tanto faz, tanto faz
Tanto faz, tanto faz
Ninguém liga pra números
E no Avião que não é de Alumina
Então me diz quanto de cocaína
Quantos quilos de cocaína tinha no avião do presidente?
Ninguém liga pra números.
Tanto faz, tanto fez, era uma vez
Tão tratando com desleixo quem descende de reis e rainhas
Ladainha, mãinha, chegança
Do rosário, do hinário fiel da esperança
Vamos cobrar cada vida ceifada na sina
Quem enfia no povo o claro, a clora e a quina
Ninguém liga pra números, mas enumero
Na esfera da morte espero um corte a zero
Que o apito e a rabeca, ao Leo e a Jaque
Bote parelho a pareia no aparelho potente do baque
O sonho ilumina, alumina cada elamano
Nenhum nome esquecido. Vamos!
Samba de coco é fé que desagua
O ancestral é tambor, é Caixa D´ Água
Machado de Xangô, justiça é vacina
Não escute o desgoverno! A rua ensina!
Exu passa na frente enfrenta quem caminha
Na passeata pra ditador com sinal de arminha
A cova funda de cada dia não comove
Quem é love love, com motosserra e revólver
Mas enquanto houver rima haverá o confronto
O rap dos ancestrais já nasceu pronto
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Alex Sant'Anna Aracaju, Brazil
Either solo or leading naurÊa band, Alex Sant'Anna produced 6 CDs, 4 EPs and 1 DVD, performed tours in Brazil, Germany, England and Switzerland. He created the label Disco de Barro and composed movie and theater soundtracks. As an inspired artist and composer, Alex is truly a multi-talented person. ... more
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